sexta-feira, 3 de abril de 2009

Orange cria ferramentas para ampliar eficiência das múltis

São Paulo, 2 de Abril de 2009 - Acelerar a rede, criar um serviço próprio de mensagens instantâneas, usar o telefone celular fora do País sem arcar com uma tarifa elevada e ter a possibilidade de substituir reuniões de executivos de vários países por uma teleconferência de alta fidelidade são providências que as clientes multinacionais da operadora de redes corporativas Orange passaram a contar para colaborar no enfrentamento da crise.

Segundo o principal executivo da subsidiária responsável pela América Latina da Orange Business Services, Mauro Cruzeiro, as grandes empresas precisam economizar onde for possível para enfrentar a turbulência trazida pela crise financeira internacional.

Porém, não podem perder eficiência, sob risco de ver os efeitos da crise agravados.

Acelerador em ação

O acelerador de redes constitui-se numa das mais produtivas medidas de melhorar o tráfego. Trata-se de um equipamento que, uma vez instalado na rede corporativa, enxerga o conteúdo que está sendo trafegado. "Por ter a condição de discriminar os conteúdos, o acelerador permite à empresa estabelecer prioridades, segurando um email por cinco minutos e passando na frente o envio de um aplicativo, um pacote importante para a operação do negócio em si", afirmou Cruzeiro.

"É comum as empresas, até mesmo as grandes multinacionais, não identificarem o que está sendo levado por dentro de suas redes corporativas, assim como é frequente os funcionários acessarem sites de vídeos e outros endereços na web que consomem banda significativa em horários de pico, em detrimento do que é essencial", segundo Cruzeiro.

Por isso, a adoção do acelerador funciona como otimização importante da rede. O acelerador é produzido por empresas como Cisco, Packeetea (Blue Coat), Junniper e Riverbed. A Orange faz a instalação e presta serviços de gerenciamento, disse o diretor de marketing Renato Leite.

Ele acredita que todas as grandes empresas terão acesso ao acelerador, pelo grau de eficiência atingir ganhos de 20% a 30%. "É uma forma de ampliar a rede sem precisar contratar novos circuitos", resumiu.

Mensagens instantâneas

A criação de um serviço de mensagens instantâneas privativo também tende a contribuir para a segurança e eficiência das grandes multinacionais, acredita Cruzeiro, o principal executivo da multinacional francesa para a região da América Latina.

"É sabido que operações de milhões de dólares têm sido fechadas por executivos do mercado financeiro e de capitais por meio de troca de mensagens do MSN, o popular comunicador instantâneo da Microsoft. Estamos criando um ambiente privativo para que essas operações sejam fechadas em segurança, com criptografia, gravação de histórico", disse Cruzeiro.

O primeiro ambiente restrito está em produção e se refere a uma operadora financeira. A tendência é de proliferação devido à facilidade de comunicação, e o cerco de segurança. "Usamos esse expediente internamente na Oracle e com ele evitamos tráfego de voz internacional", afirmou Leite, do marketing.

Investimentos

A operadora não especifica valores investidos, mas conta que acaba de concluir um projeto que multiplicou por duas vezes e meia a capacidade de trafegar dados de sua rede latino-americana, a fim de poder captar novos clientes ou novas demandas dos clientes existentes.

A Orange disputa mercado com Telefónica, Telmex, BT e AT&T, e no ano passado, apesar de um último trimestre abalado pela crise internacional, constatou crescimento de 1% em suas receitas, totalizando € 7,7 bilhões.

A expansão da rede regional ocorreu pela contratação de novos serviços de fibra óptica, nos quais foram instalados equipamentos de gestão da rede. Entre os fornecedores estão Embratel e Global Crossing, disse Cruzeiro. E na clientela há empresas como a Souza Cruz, Alcoa, Weg e outras locais.

Telepresença

A telepresença é uma ferramenta muito apropriada às empresas que têm operações espalhadas pelo planeta. Trata-se de um equipamento de alta fidelidade que permite reuniões quase "presenciais" entre executivos, com áudio e vídeo sincronizados em tempo real.

Para obter o ambiente adequado, as empresas têm de investir de R$ 200 mil a R$ 300 mil, além de ter de contar com largura de banda elevada em redes corporativas. "Enquanto uma videoconferência utiliza 512 kbps, uma reunião de telepresença precisa de 5 Mbps", afirmou Cruzeiro. Trata-se de uma diferença importante, mas o resultado também é muito melhor. "É como comparar uma TV de tubo e uma de LCD", brincou o executivo.

Sensatez na conta celular

Outra providência de ecnomizar com aumento de eficiência está sendo lançado pela Orange e se trata de um aplicativo que permite usar o celular fora do País sem enfrentar os gastos costumeiros de roaming. "O executivo brasileiro vai aos Estados Unidos e recebe ligações em seu celular. Tais chamadas serão roteadas pela Oracle para uma linha local americana, de tal forma que a conta subsequente será de ligação local e não de longa distância". Segundo Cruzeiro, o serviço será competitivo ao Skype, que pertence ao Google e completa chamadas pela internet, cobrando tarifas muito menores quando as completa em telefones fixos ou celulares, e sem nenhum custo quando de computador a computador. O serviço vai ser chamado de "Business Talk Mobile". No Brasil a previsão de entrada em operação desse novo meio é maio, quando a licença solicitada pela empresa tiver sido concedida pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), conforme Cruzeiro.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 1)(Thaís Costa)

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