A Nota Técnica “A gravidade da crise e a despesa de juro do governo”, apresentada, nesta segunda-feira (09/03), pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), apontou que a redução da taxa básica de juros a 7% em 2009 traria economia de até R$ 43 bilhões de recursos públicos.
O documento, produzido pela Diretoria de Estudos Macroeconômicos (Dimac), e apresentado pelo diretor da Dimac, João Sicsú, analisou as expectativas empresarias de investimento diante da crise e apresentou projeções de economia fiscal em simulações para reduções graduais da taxa dos atuais 12,75% até 7% ou um corte só de 5,75 pontos já na reunião da próxima semana.
No cenário de crise, a redução de juros deve interferir pouco no crescimento, defendeu o diretor. “Na crise o que faz a economia crescer é demanda, compras governamentais”, disse Sicsú.
Para o diretor, a grande vantagem da redução de juros agora é fiscal. Acarretaria economia de recursos públicos. “Diante da crise, tanto faz para o empresário a redução de um, dois ou três pontos de juros, porque as expectativas do empresariado não são boas. Repito que a grande importância neste momento da redução da taxa é o ganho fiscal”, disse ele.
A nota afirma que “é esperada uma queda na arrecadação em 2009” e aponta que cortar investimentos e gastos sociais pode aprofundar a crise.
“A melhor política é a do corte das despesas com juro que remunera o carregamento da dívida pública. Cortar gastos sociais, correntes ou de investimento significa reduzir a demanda da economia e reduzir ainda mais as possibilidades de crescimento. Com menor crescimento, haverá menos arrecadação. Portanto, cortar gastos públicos cujos multiplicadores de renda e emprego são relevantes significa ampliar as dificuldades de arrecadação, criar um problema fiscal e aprofundar a crise de demanda que se instalou no setor privado da economia”, conclui o documento.
Fonte: IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)
HSM Online
09/03/2009
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