sexta-feira, 20 de março de 2009

CIO ou técnico: como descobrir a verdadeira vocação

Para consultor, nem sempre a posição de gestor representa a melhor opção para os executivos que, em muitos casos, têm saído da diretoria de TI para cargos menos estratégicos e mais técnicos

Patrícia Lisboa, repórter da CIO Brasil
Publicada em 19 de março de 2009 às 08h00

Trabalhar como analista de sistemas, coordenador de área, gerente de núcleo e, então, enfim, seguir para a liderança da TI, reportando-se diretamente ao alto comando da companhia e participando da tomada de decisões estratégicas. Essa parece ser a trajetória ideal para um profissional de tecnologia, certo? Nem sempre.

De acordo com Fernando Feitoza, superintendente comercial da Across – consultoria especializada em desenvolvimento organizacional com foco em gestão de pessoas – muitas vezes os profissionais que iniciam suas carreiras em áreas técnicas são seduzidos pelos benefícios e pelo status trazidos por um cargo de gestão.


“Em postos de CIO, por exemplo, há casos de executivos que, ao analisar mais profundamente seus desejos e aspirações profissionais, percebem que gostariam de ter permanecido na área técnica”, conta Feitoza.

O consultor explica que isso acontece devido a pressões do próprio mercado e até pela falta de autoconhecimento dos profissionais. “Quando estão envolvidos em projetos interessantes e têm a chance de prosperar na área em que atuam é muito difícil que consigam avaliar que esse próximo passo não vai ao encontro de suas vontades mais legítimas”, complementa ele.

Segundo Feitoza, a sensação de insatisfação dos executivos quanto aos rumos de suas carreiras só é percebida quando esses profissionais atingem certa maturidade e passam a analisar as escolhas feitas ao longo da vida. “No entanto, mesmo que não seja fácil, é possível voltar atrás e conseguir uma posição técnica tão bem remunerada e reconhecida como o cargo de gestor”, garante o consultor.

Ele ressalta que, para tanto, o executivo precisa passar por um processo de recolocação profissional e estar disposto a aceitar propostas iniciais com salário inferior ao pago para um CIO.

“Além disso, e até mais importante, o profissional precisa estar atualizado quanto às tendências do segmento", afirma Feitoza, que analisa: "Depois que se mostrar um especialista, certamente conseguirá atingir o mesmo patamar financeiro que ocupava como executivo.”

Para concluir, o consultor defende que quanto antes o profissional conhecer suas reais aspirações, mais rapidamente atingirá seus objetivos. Para chegar a essa decisão, ele dá as seguintes dicas:

Preste atenção aos feedbacks: tanto para a vida profissional quanto pessoal, ouvir opinião dos outros é muito importante e pode revelar faces da nossa própria personalidade que não enxergamos ou tentamos, inconscientemente, esconder;

Lembre-se de seus sonhos de juventude: faça esse exercício e tente adequar seus antigos anseios às suas atuais necessidades e angústias;

Compare seus objetivos individuais com os da empresa na qual está inserido: e descubra se ambos estão trabalhando na mesma direção. Assim é possível mensurar se o problema profissional é com a companhia em si ou, realmente, com a função desempenhada;

Busque o autoconhecimento: por meio de coaching, terapia, ou qualquer outro meio, esse é a única forma de conhecer seus reais objetivos.

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