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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Especialista acredita em economias menos globalizadas no pós-crise

De acordo com Bill Rasmussen, o Brasil tende a receber um forte investimento especulativo, em curto prazo, o que tende a valorizar a moeda nacional e afetar a capacidade de exportação do País

Tatiana Americano, editora-executiva da CIO
Publicada em 21 de maio de 2009 às 10h39

"Após a crise, a economia não vai ser mais a mesma. Na minha visão, estamos vendo o fim de um ciclo econômico que teve início com a Segunda Guerra Mundial". Com esta frase, Bill Rasmussen, economista e professor da Business School São Paulo, fez uma análise dos principais impactos do cenário de turbulência macroeconômica, durante o CIO Perspectives Series - evento que reúne os 100 principais líderes de TI, de 20 a 23 de maio, em Campinas (SP).

De acordo com o especialista, a grande mudança diz respeito a uma grande ruptura no processo de globalização. "Os países do G7 (sete maiores economias do mundo) tendem a criar políticas de isolamento, na qual eles vão estar menos abertos à importação", aponta Rasmussen, que complementa: "O que tende a ser ruim para os territórios em desenvolvimento, principalmente a China e a Índia, que são economias relativamente novas."

Impactos no Brasil

Quanto aos reflexos da crise no mercado brasileiro, o economista acredita que, em 2009, o País deve atingir um PIB de, no máximo, 2%. "Bem acima de economias como a dos Estados Unidos", relata Rasmussen, afirmando que isso confirma o fato de que o Brasil tende a ser menos afetado pela crise do que os países mais desenvolvidos.

No caso da economia nacional, a grande preocupação, de acordo com o especialista, diz respeito ao fato de que o território brasileiro, em curto prazo, vai receber um forte investimento especulativo internacional. "O que, infelizmente é péssimo, pois ese tipo de movimento não traz benefícios", analisa Rasmussen. "Isso só vai servir para valorizar a moeda (real), o que reduz a capacidade de exportação do Brasil", conclui.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Administre ciclos e alavanque performance


Para Luiz Carlos Cabrera, especialista em gestão de pessoas, o profissional de alto desempenho não perde de vista os ciclos de sua vida e bem sabe que é preciso encerrá-los para obter melhores resultados. Saiba mais sobre o assunto neste artigo e por meio da apresentação de Cabrera no Fórum Mundial de Liderança e Alta Performance.


Luiz Carlos de Queiroz Cabrera, sócio da Panelli Mota Cabrera, tem quase quatro décadas de experiência em headhunting. Professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), da Fundação Dom Cabral e do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, Cabrera é também muito solicitado como coach de altos executivos. Um dos conselhos que costuma dar ao seu público é “feche ciclos e espante os fantasmas”. Mais do que uma dica de carreira, trata-se de uma orientação para a vida.

Para ele, encerrar ciclos contribui para o desempenho superior, uma vez que nos alivia de pendências e nos libera para assumirmos plenamente novos projetos. Este será um dos pontos que abordará no Fórum Mundial de Liderança e Alta Performance, organizado pela HSM, que acontecerá nos dias 02 e 03 de junho.

Olhar para a vida em ciclos é recorrente na história humana. Os cientistas o fazem nas mais diversas disciplinas. Os filósofos e os poetas sempre o fizeram. E a natureza, essa parece saber mais de ciclos do que qualquer um de nós, que dela fazemos parte. Um dos aspectos interessantes desse olhar é a observação de um período de declínio e de um fim consequente. Um ciclo termina com uma espécie de morte, que não necessariamente é o fracasso. Um ciclo pode terminar para dar lugar a outro, no qual é possível que haja mais vida e novas conquistas.

Normalmente, vivemos vários ciclos simultaneamente, já que temos vários papéis na vida e, dentro deles, mais de um ciclo pode estar em aberto. Segundo o professor Cabrera, lidamos com algo em torno de sete a oito ciclos de uma só vez, e cada um pode estar em um estágio diferente: origem, processo ou conclusão. Ele mesmo nos dá os exemplos, conforme lemos em artigo publicado no jornal Meio & Mensagem: “Você pode estar começando num novo emprego, terminando uma relação, comprando uma casa, trocando de cidade, negociando um aumento, iniciando um curso de música, voltando a frequentar a academia”.

Para muitos de nós, deixar em aberto o ciclo da academia é um clássico. Vamos minguando nossas idas, colocando algum compromisso ou a preguiça à frente dos exercícios, e temos muita dificuldade em assumir que encerramos o ciclo, que não conseguimos manter a decisão de malhar ou mesmo que, simplesmente, não estamos com vontade de cuidar de nossa saúde. Assumir tamanho descaso para conosco mesmos é duro. Não fechamos, então, o ciclo –seja o da malhação ou o da procrastinação– e a pendência fica, talvez por culpa ou outra emoção subjacente. Continuamos matriculados na academia e no ciclo. Prejuízo duplo: nem reduzimos a barriguinha, nem esquecemos o assunto. Pronto: virou um fantasma.

Mas também é possível que a inclusão do ciclo da boa forma em sua vida tenha sido um exagero, algo que veio no momento errado. “É fundamental que você se conheça bem, para saber quantos ciclos abertos você consegue conduzir simultaneamente”, afirma o especialista na matéria, apontando para a base de tudo: autoconhecimento. É no reconhecimento de nossos desejos, nossas limitações e nossas forças que conseguimos equilibrar melhor os ciclos em nossa vida, ou seja, iniciá-los e finalizá-los no tempo adequado e da melhor maneira.

Fechar para quê?


Não seria melhor deixar as coisas fluírem ou morrerem de inanição? E se empurrássemos aquele projeto com a barriga, em vez de ativamente fecharmos o ciclo? Cabrera explica que os ciclos que não encerramos geram desgaste emocional. Tornam-se âncoras em nossa vida. “Os ciclos deixados abertos se transformam em fantasmas que virão lhe assombrar em noites de insônia!”, alerta. O desgaste físico também pode vir com o estresse.

Se é difícil pensar na relevância da questão com um caso trivial como o da academia, pense naquele namoro que ficou mal parado, como se diz, ou naquele projeto que você lançou na empresa e nunca concluiu, deixando sua equipe tão ou mais frustrada que você.

Outro efeito comum da falta de fechamento dos ciclos é a repetição, que faz com que nós andemos em círculos (ainda que disfarcemos a repetição com nova roupagem), em vez de realmente iniciarmos nova fase. Ficamos na inércia, ou seja, não saímos do lugar até que uma força atue sobre nós. Que seja a nossa própria!

A recomendação do consultor é "sempre negociar a saída para não ter casos mal resolvidos lhe perseguindo pelo resto da vida". Negociar é um jeito de oficializar, para os outros envolvidos e até para si mesmo, que aquele ciclo, para você, está terminado –mesmo que o ciclo continue em evolução para outras pessoas.

Encerrando um ciclo na carreira

Em palestra proferida na FGV e noticiada pela Agência Estado, Cabrera explicou que, das cinco esferas de desenvolvimento humano –trabalho, família, círculo de amizades, saúde e alma–o trabalho é a mais maleável. Afinal, iniciar um novo ciclo é sempre mais fácil em relação à carreira do que em relação à família, por exemplo, já que muito mais sentimentos e fatores estão em jogo na esfera familiar.

Cabrera ressalta que podemos bem perceber quando um ciclo chega ao fim no âmbito do trabalho. “Você para de aprender, sente que sua influência sobre as decisões está diminuindo e as relações estão se desgastando”, exemplifica ele, em entrevista à revista Você S/A. Nesse caso, é melhor planejar a mudança do que ser atropelado por ela. “Tenha a coragem de fazer a negociação de sua saída, quando sentir que o ciclo terminou para você”, é o conselho que dá.

Negociar a saída (ainda que seja só uma transferência entre departamentos) é bom para você, para o seu chefe e para os demais envolvidos. Porque você quer fechar ciclos, mas também abrir portas, não é mesmo?


Referências bibliográficas:

AGÊNCIA ESTADO. “Especialista destaca vocação como medida de sucesso profissional”. Informe AE, São Paulo, out.-nov.2005. Disponível em <http://www.ae.com.br/institucional/informe_aec.htm>. Acesso em: 28 abr. 2009.
CABRERA, L. “Fechar os ciclos de vida é espantar os fantasmas”. Meio & Mensagem, São Paulo, n.1301, 24 mar.2008.
JANINIA, C. “Caminhos para o êxito na carreira”. Disponível em <http://carreiras.empregos.com.br/carreira/ administracao/noticias/060606-career_fair_2006.shtm>. Acesso em: 27 abr. 2009.
MARI, J. “A hora de mudar”. Você S/A Online. Disponível em < http://vocesa.abril.com.br/informado/aberto/ ar_134600.shtml>. Acesso em: 27 abr. 2009.

Por Alexandra Delfino de Sousa, administradora de empresas e diretora da Palavra Mestra.HSM Online18/05/2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

Redução da Selic pode gerar economia de R$ 43 bi

A Nota Técnica “A gravidade da crise e a despesa de juro do governo”, apresentada, nesta segunda-feira (09/03), pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), apontou que a redução da taxa básica de juros a 7% em 2009 traria economia de até R$ 43 bilhões de recursos públicos.




O documento, produzido pela Diretoria de Estudos Macroeconômicos (Dimac), e apresentado pelo diretor da Dimac, João Sicsú, analisou as expectativas empresarias de investimento diante da crise e apresentou projeções de economia fiscal em simulações para reduções graduais da taxa dos atuais 12,75% até 7% ou um corte só de 5,75 pontos já na reunião da próxima semana.

No cenário de crise, a redução de juros deve interferir pouco no crescimento, defendeu o diretor. “Na crise o que faz a economia crescer é demanda, compras governamentais”, disse Sicsú.

Para o diretor, a grande vantagem da redução de juros agora é fiscal. Acarretaria economia de recursos públicos. “Diante da crise, tanto faz para o empresário a redução de um, dois ou três pontos de juros, porque as expectativas do empresariado não são boas. Repito que a grande importância neste momento da redução da taxa é o ganho fiscal”, disse ele.

A nota afirma que “é esperada uma queda na arrecadação em 2009” e aponta que cortar investimentos e gastos sociais pode aprofundar a crise.

“A melhor política é a do corte das despesas com juro que remunera o carregamento da dívida pública. Cortar gastos sociais, correntes ou de investimento significa reduzir a demanda da economia e reduzir ainda mais as possibilidades de crescimento. Com menor crescimento, haverá menos arrecadação. Portanto, cortar gastos públicos cujos multiplicadores de renda e emprego são relevantes significa ampliar as dificuldades de arrecadação, criar um problema fiscal e aprofundar a crise de demanda que se instalou no setor privado da economia”, conclui o documento.

Fonte: IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)
HSM Online
09/03/2009