quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

As seis profissões da área de tecnologia mais valorizadas em 2010

Por Computerworld/EUA
Publicada em 04 de janeiro de 2010 às 07h00
Atualizada em 04 de janeiro de 2010 às 08h37

Com o novo ano e a estabilização da economia internacional, as empresas de tecnologia da informação voltam a abrir suas portas.
Demanda crescente para novos projetos. Funcionários veteranos saindo da companhia. Quem poderia reclamar dessas pressões nos últimos meses de 2009, quando o ano passou por uma nuvem de miséria econômica?

Certamente não o diretor de Tecnologia da Informação (TI) da Randall-Reilly Publishing, Shane Kilgore. Ele ficou magoado ao ver dois talentosos desenvolvedores de softwares saírem da empresa, mas encarou o fato como um sinal de que a economia está tomando seus primeiros passos rumo à recuperação.

Ele planeja contratar novos desenvolvedores em 2010, não apenas para substituir os que saíram, mas também para trabalhar em novos produtos que serão a demanda quando a recuperação melhorar.

“As coisas foram congeladas por causa da economia”, diz Kilgore. “Mas se não lançarmos produtos, não teremos lugares suficientes para que os consumidores possam investir o dinheiro.”

Ainda assim, com os sinais de recuperação e até mesmo crescimento de empregos em 2010, companhias como a Randall-Reilly darão prioridade às pessoas com habilidades que abrangem várias disciplinas.

Trabalho por projetos

Nem sempre, no entanto, as companhias vão ter um funcionário em tempo integral, segundo o vice-presidente sênior da Dice Holdings, Tom Silver. “Algo que vemos as empresas fazendo é trazer um funcionário trabalhar em um projeto e, quando os negócios voltam à ativa, elas o contratam para tempo integral”, afirmou Silver.

Segundo a previsão para 2010 da Computerworld, os planos de contratos para o ano novo não estão nos níveis de 2009. Menos de 20% dos 312 executivos de TI entrevistados disseram que planejam aumentar a equipe nos próximos 12 meses; em 2009, esse número era 26%. E cerca de 20% disseram que planejam reduzir as equipes de TI.

Para os profissionais de TI que estão ligados no assunto, aqui estão seis tipos de habilidades bem vistas por entrevistados que prentendem contratar funcionários para o setor em 2010.



1. Programação/Desenvolvimento de Aplicações

Entre as companhias que planejam contratar, a maior razão para isso é atender à demanda de novos sistemas e projetos. Isso explica porque essa é a função de programação e desenvolvimento de aplicações figuram como as mais valorizadas, de longe, segundo a pesquisa da Computerworld.

“Estamos vendo novos projetos recebendo aprovação”, afirmou Dave Willmer, diretor-executivo da equipe de TI da Robert Half Technology. É bem possível, segundo ele, que esses sejam projetos que foram cancelados no final de 2008 voltem ao cenário em 2010. A onda de novos projetos também está criando uma demanda por desenvolvedores de aplicações que possam atuar como analistas de negócios e gestores de projetos, de acordo com Willmer.

Em termos específicos, as companhias vão procurar desenvolvedores com conhecimento em .Net, Java, desenvolvimento web, código aberto e tecnologias de portal como o Microsoft Sharepoint, afirmou Willmer.

Cresce a demanda por pessoas que saibam linguagens de programação especializadas, como Ruby on Rails e Ajax, segundo Silver. Não há muitos empregos que precisam dessas habilidades, mas o número de oportunidades tem aumentado desde o começo de 2009.

Kilgore diz que ele gostaria de encontrar um desenvolvedor de softwares “híbrido”, que também possa atuar como analista de negócios. “Precisamos de alguém que possa conversar sobre negócios e ser um coletor de requerimentos, administrador de projetos e desenvolvedor de software, todos em um”, ele diz. Kilgore também precisa de desenvolvedores com habilidade em código aberto – um talento raro, segundo ele – e profissionais familiarizados com as ferramentas da Microsoft para ERP e partes de marketing inteligente do negócio.

Willmer afirma que faz sentido as companhias procurarem desenvolvedores com habilidades em outras áreas, como analistas ou até mesmo do setor de garantia de qualidade, já que os recrutadores estão preocupados com o custo do talento. “Eles estão se certificando de conseguir o máximo com seus recursos”, disse Willmer.

Os entrevistados da pesquisa da Computerworld também disseram que precisam de desenvolvedores para construir aplicações caseiras, como medida para economizar dinheiro. É o caso do administrador de serviços de informações da Covdien, James Sullivan.

Sullivan pretende adicionar em breve três ou quatro programadores/analistas com conhecimentos de negócios e experiências em Java ou .Net, além de compreensão de bancos de dados SQL. Isso representa um aumento de 25% em seus padrões de contratação, e é uma mudança em relação aos anos anteriores, nos quais ele procurava apenas habilidades de programação.

Um dos projetos da Covidien para 2010 é migrar de aplicações personalizadas de terceiros para aplicações comerciais de prateleira ou trazê-las de casa. Isso, segundo Sullivan, reduziria os gastos com fornecedores e consultorias, além de permitir ao seu grupo oferecer suporte e contornar as mudanças de negócios mais rapidamente. Isso se relaciona a uma tendência crescente na Convivien de aproveitar melhor os recursos existentes. “Se algo leva dez horas por dia, estamos perguntando como fazê-lo em uma hora”, afirmou Sullivan.



2. Help Desk/Suporte técnico

Não é surpresa que haverá uma forte demanda por pessoas nesse setor em 2010; a necessidade por técnicos de suporte tende a refletir as condições gerais dos negócios, afirmou Silver. “Conforme os negócios começam a melhorar, as companhias contraram mais pessoas, o que aumenta a demanda pela equipe de help desk”, ele explica.

Willmer diz que já percebe um aumento na demanda por help desk e suporte, especialmente em torno de companhias que fizeram muitos cortes nesse setor em 2009. “Eles podem se sair bem com isso por um determinado tempo, mas o problema ressurge e afeta as receitas”, completou Willmer.


3. Redes

A demanda por profissionais de rede, segundo Willmer, está relacionada à crescente complexidade das redes e ao estresse colocado sobre elas pela computação em nuvem e softwares como serviços.

O CIO da Energy Northwest, Keith Cooke, afirma que o setor de redes será uma área de foco em 2010. A sua companhia está usando cada vez mais vídeo e voz sobre rede IP, portanto precisará de engenheiros de rede, voz e rádio para tratar de atualizações e assegurar que elas se encaixem nos padrões federais.


4.Gestão de projetos

Silver vê a area de gestão de projetos como um setor que cresce em importância e um bom local para profissionais de tecnologia interessados em ampliar suas carreiras. “Profissionais que entendem a tecnologia e como ela se encaixa nas estratégias de negócios são os mais valiosos, recebem mais e tem as melhores carreiras”, afirmou Silver.


5. Segurança

Willmer vê relação entre a demanda por habilidades de segurança e a economia ainda cambaleante. “A maior ameaça para as companhias são as falhas em sua própria equipe. Quando se muda a equipe e enfrenta empregados insatisfeitos, as chances de uma fraude de rede ou infração de segurança aumentam", afirma.

Enquanto isso, Cooke, está concentrado em contratar pessoas com habilidades em segurança cibernética. “Dez anos atrás, não nos preocupávamos – como líderes de nossas companhias – com questões como senhas. Agora estamos nos certificando de apoiar senhas complexas. É uma nova realidade”, afirmou Cooke.

Segurança é uma habilidade sempre procurada, segundo Silver. “Se você souber como ajudar a manter seguras as informações da sua companhia, ela será sua casa para sempre.”


6. Inteligência de negócios

Os entrevistados pela Computerworld classificaram a inteligência de negócios (BI, em inglês) como sexta colocada em importância. Mas, para Kilgore, BI é uma prioridade maior. “Como uma organização de tamanho menor, estamos atrasados na questão da BI. Não temos a verba para fazer um ano de trabalho R&D, portanto precisamos nos virar”, afirmou Kilgore.

Já Sullivan gostaria de encontrar um arquiteto de dados para ajudar na conversão da Covidien em uma corporação de nível padrão. Mais importante do que um especialista de BI, no entanto, são programadores/analistas que podem relacionar o conteúdo de tabelas, bancos de dados e estruturas de informações aos requerimentos de negócios. “Acho que isso vale mais para nós neste estágio de estabelecimento de BI e uso pelo setor de negócios”, afirmou Sullivan.

(Mary Brandel)

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