quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O que é TI Verde?



Pablo Hess, editor da Linux Magazine, explica como sua empresa pode tratar TI Verde de maneira estratégica e eficiente.

A área de Tecnologia da Informação (TI) pode representar uma das principais ferramentas para a ecologização de uma empresa. Pensando nisso, buscamos abordar as preocupações ambientais e necessidades de executivos e gestores de tecnologia da informação, abrangendo tópicos tais como a eficiência energética, redução e eliminação de materiais perigosos e gestão de ativos.

Começamos por uma entrevista exclusiva com Pablo Hess, biólogo e editor das revistas de tecnologia Linux Magazine e Easy Linux. Na união dessas duas áreas, Hess busca tecnologias com o maior efeito sobre a produtividade e o menor impacto sobre o meio ambiente.

Agenda Sustentável: O que é exatamente TI verde?

Pablo Hess: TI verde é um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o nosso uso da computação.

Não é novidade alguma o fato de atualmente dependermos profundamente dos computadores para nossa vida, nosso trabalho e nosso bem estar. Comprar de tudo via Internet não é luxo, mas hábito estabelecido de muita gente. Porém, tudo isso depende de diversos computadores
operando no "meio do caminho".

As práticas da TI verde buscam reduzir o desperdício e aumentar a eficiência de todos os processos e fenômenos relacionados à operação desses computadores "no meio do caminho".

AS: Dê um exemplo, por favor.

PH: O exemplo mais palpável é a redução do consumo de energia. Hoje, após muita pesquisa e desenvolvimento, os microprocessadores realizam mais operações gastando menos eletricidade do que faziam há quatro anos. Com essa redução do consumo, diminui também o calor gerado por essas máquinas.

Imagine um data center, um grande salão com centenas de computadores empilhados em racks, cada um desperdiçando alguns Watts de eletricidade sob a forma de calor. Esse calor precisa ser resfriado por um sistema de ar-condicionado, que por sua vez também gasta muita energia. Diminua o calor gerado por máquina e os gastos com resfriamento também caem significativamente. São duas economias de uma só vez.

AS: Como o mercado de TI está se comportando quanto a esse assunto?

PH: A adoção das práticas de TI verde jamais foi tão difundida quanto hoje. Além dos fortes investimentos em gerenciamento de energia, todas as outras práticas estão cada vez mais presentes no discurso de venda das empresas.

A tradicional listagem "Top 500", que expõe semestralmente os 500 supercomputadores mais poderosos do planeta, agora tem seu contraponto na "Green 500", que mostra os 500 supercomputadores energeticamente mais eficientes. Na quinta e última lista "Green 500", os 13 primeiros colocados são mais eficientes que o primeiro colocado da primeira lista, feita em 2007.

AS: Quais outras práticas compõem a TI verde?

PH: Além da redução de consumo, temos a virtualização, que aumenta drasticamente a eficiência dos processos computacionais. As soluções de virtualização já se tornaram parte obrigatória do portfolio de todas as grandes empresas de TI. Naturalmente, com o valor da virtualização tão alto, rapidamente os principais fabricantes de softwares de virtualização foram adquiridos por grandes empresas.

Em relação à fabricação de computadores, já existem vários modelos à venda que alegam não utilizar metais pesados em sua fabricação. Os fabricantes mais antenados estão abandonando os plásticos e metais em troca de materiais naturais: há modelos de laptops com gabinete feito de fibras de bambu e madeira, por exemplo.

E por último, o software também participa disso. Os programas têm avançado significativamente em relação à otimização do processamento, de forma a realizar menos operações para efetuar cada tarefa, ou simplesmente realizá-las todas de uma vez para manter o processador em modo de economia de energia por mais tempo. Os softwares desenvolvidos de forma colaborativa, chamados de softwares livres, naturais ou orgânicos, têm crescido constantemente, e são a última palavra em otimização.


Fonte: Agenda Sustentável
HSM Online
22/07/2009

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