Networking Tecnologias
16-11-2008 19:26:02
O router Carrier Ethernet ASR 9000 da Cisco tem gerado muitas expectativas – mas a falta de informação concreta sobre ele tem feito a concorrência desconfiar do seu potencial.
A Cisco continua a não adiantar detalhes acerca do seu novo router de Carrier Ethernet – o ASR 9000 –, mas isso não tem impedido os seus concorrentes de sublinharem aquelas que julgam ser as deficiências do produto.
Espera-se que o ASR 9000 venha a ser o sucessor da série 7600 de equipamentos para agregação e aplicações de serviços de Carrier Ethernet, que já tem oito anos. De acordo com o fabricante, o ASR 9000 terá uma largura de banda de 6.4Tbps, com 400Gbps por entrada. Mas a Cisco não forneceu mais detalhes sobre como e quando consegue o router fornecer 400Gbps por entrada – nem revelou pormenores sobre as placas de interface ou a densidade das portas que o chassis suporta. Apenas revelou que o ASR 9000 irá, à partida, suportar Fast Ethernet 1, Gigabit Ethernet, 10 Gigabit Ethernet e 100 Gigabit Ethernet.
Perante isto, a concorrência da Cisco foi rápida a apontar que o novo router gerou um “hype” demasiado grande para a sua realidade. Vários fabricantes afirmaram que no primeiro trimestre de 2009 – data prevista para o lançamento do ASR 9000 – ainda se estará muito longe de se alcançar o potencial de 6.4Tbps prometidos.
Um porta-voz da Juniper disse que “ao se dar tanta atenção a essa capacidade, ignoram-se alguns dos factores que os clientes consideram mais importantes – como a riqueza de funcionalidades ou a consistência e a eficiência operacionais”. Já Lindsay Newell, vice-presidente de marketing da divisão de IP da Alcatel-Lucent, considera que no lançamento inicial, o ASR 900 poderá suportar oito entradas I/O com um desempenho de 40Gbps por entrada – com um total de 320Gbps, quando o Service Router 7750 da Alcatel-Lucent oferece 500Gbps. Além disso, Newell crê que o anúncio da Cisco de que irá ser utilizado o seu novo processador QuantumFlow (QFP) para serviços como vídeo, gestão de subscrições e switching de LAN virtuais privadas pode não corresponder exactamente à realidade. “Não existe nada anunciado actualmente que seja baseado no QFP da Cisco. O módulo de vídeo assenta na aquisição, em 2006, da Arroyo. Não foram divulgados detalhes das placas de linha, mas correm os rumores de que estas se baseiam no EZ-chip. Onde está, então, o QFP?”, questiona Newell.
Outros concorrentes manifestam dúvidas relativamente à capacidade do sistema operativo do ASR 9000 – o IOS-XR – de operar no extremo de rede, uma vez que foi desenvolvido para o núcleo. A Cisco afirma ter adicionado ao IOS-XR funcionalidades de extremo de rede, como controlo de limites de sessão, VPLS e gestão de subscrições.
ASR 9000 quer dar resposta ao crescimento do tráfego de vídeo
O ASR 9000 foi concebido para dar resposta à actual tendência de crescimento da utilização de serviços móveis e de vídeo. De acordo com a Cisco, o tráfego sobre redes de cabos e móveis irá duplicar a cada dois anos até 2012, atingindo 522 exabytes (um exabyte corresponde a mil milhões de gigabytes, ou ao download de 125 mil milhões de filmes em formato DVD por mês). O vídeo será responsável pela quadruplicação do tráfego de IP por consumidores nessa altura – o que irá exigir larguras de banda superiores a 100Gbps.
De acordo com as previsões do Dell’Oro Group, as vendas de routers e switches Carrier Ethernet deverão ultrapassar os 4,4 mil milhões de euros até ao final do ano, o que equivale a um aumento de 25% face ao ano passado. A Cisco, a Alcatel-Lucent e a Juniper são, por esta ordem, os principais fabricantes do mercado.
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