De acordo com a TGT Consult, boa parte dos acordos ainda são gerenciados por pessoas técnicas, mas que, na maior parte das vezes, não apresentam as competências necessárias para o relacionamento com os fornecedores.
Marina Pita, da CIO
Publicada em 24 de novembro de 2008 às 15h55
O conceito de um centro de competência para gestão de contratos ainda é muito recente no País. Assim, apesar das empresas começarem a ter profissionais dedicados ao assunto, na prática, as iniciativas podem ser consideradas incipientes e não orientadas a seu principal objetivo, segundo Ronei Silva, diretor da TGT Consult.
Um dos primeiros problemas detectados por Silva diz respeito ao perfil dos profissionais responsáveis pela gestão de projetos e que, em sua maioria, são gerentes técnicos. "É natural que isso ocorra, já que as primeiras áreas terceirizadas foram aquelas mais operacionais, como infra-estrutura de help desk e data center”, explica Silva.
Nesse sentido, o especialista acredita que as corporações precisam reavaliar os responsáveis pela gestão de processos, uma vez que o tema tende a ganhar mais complexidade com a tendência do modelo de torres de serviços, no qual as companhias lidam com um maior número de fornecedores. Assim, o diretor da TGT cita que, em alguns casos, em vez de um profissional técnico, as organizações deparam-se com a necessidade de ter um profissional com bom conhecimento de finanças para gerenciar os contratos de TI.
“O mar de fornecedores que se abre diante das possibilidades abertas por cloud computing e SaaS significa aumento exponencial da complexidade de terceirização”, defende Silva. Para ele, o mercado deve se pulverizar ainda mais nos próximos anos.
Assim, é hora de ter uma equipe que vá além das habilidades técnicas tradicionais. Será preciso, segundo análise do diretor da TGT, criar um time com conhecimentos para desenhar a estratégia de terceirização, selecionar os serviços e provedores que vão colocar essa estratégia em operação e ainda cuidar do dia-a-dia da operação.
Para cobrir todos esses aspectos, o CIO, por sua vez, deve buscar profissionais que se adequem a essas novas demandas. “Pois cuidar de terceiros requer uma gestão do relacionamento e não só do serviço prestado", elenca Silva, que acrescenta: "Isso significa que o comportamento para lidar com o fornecedor passa a ser tão importante - ou mais - que as habilidades técnicas”.
Na prática, o diretor sugere que a área de gestão dos contratos seja constituída pelas empresas de maneira formal, com papéis e responsabilidades bem definidas. Além disso, deve-se ter uma preocupação em detectar os profissionais mais habilitados a fazer o gerenciamento dos serviços e do relacionamento com os diversos fornecedores.
Um dos caminhos para buscar esse gerente de contratos, analisa Silva, é capacitar o profissional técnico, para que ele consiga desenvolver as habilidades de relacionamento. "Mas talvez ele não queira desenvolvê-las e vá buscar emprego no provedor”, avisa o diretor, citando assim que há uma falta de especialistas nessa nova função.
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