Os CIOs da Kimberly-Clark e de um grande banco de investimentos confirmam que devem aumentar os orçamentos da área de tecnologia para o próximo ano, mas planejam a redução de custos operacionais
Marina Pita, CIO
Publicada em 12 de dezembro de 2008 às 18h58
Apesar das notícias de recessão econômica – por conta do cenário de crise financeira internacional –, muitas empresas multinacionais vão manter os investimentos em tecnologia da informação das subsidiárias brasileiras, por conta do País acenar com melhores perspectivas de negócios do que outros territórios.
A Kimberly-Clark Brasil, por exemplo, não pretende mexer no planejamento de TI para 2009, o qual tinha sido desenhado em julho último. Assim, a companhia deve incrementar em 2% o orçamento da área. “A América Latina ainda tem projetado crescimento para o próximo ano, de forma que os investimentos serão mantidos”, afirma o gerente de informática da companhia no País, Paulo Biamino.
Ainda segundo o executivo, a corporação deve adotar a mesma estratégia para todas as subsidiárias localizadas nos países em desenvolvimento, que, no caso da Kimberly-Clark, incluem BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), Indonésia e Turquia.
Entre os investimentos de TI previstos pela fabricante para o País está a instalação de dois novos equipamentos de última geração para produção de fraldas. “Elas têm muita tecnologia embarcada e nos permitem a integração com a rede”, informa Biamino, que acrescenta: “De São Paulo poderemos cuidar das máquinas instaladas na cidade de Suzano (interior de SP)”.
A empresa ainda fará um grande aporte para a implementação de uma rede de telecom com alta disponibilidade, redundância e alta capacidade de recuperação. Ainda como plano para 2009, a companhia planeja a adoção da nota fiscal eletrônica.
A opção da Kimberly-Clark de manter os investimentos em TI no País não é uma decisão solitária. Segundo o CIO de um grande banco internacional instalado no Brasil, as empresas conseguem ver oportunidades no mercado nacional para continuar investindo. No entanto, ele destaca que muitos dos seus colegas que comandam equipes de TI já admitem que a situação está difícil e, inclusive, alguns já começaram a fazer cortes de pessoal.
Para o executivo, no entanto, esse é um momento de redução dos custos operacionais, mas não de cortes nos investimentos em tecnologia, que, no caso específico do banco desse CIO, devem crescer em 2009.
Na mesma linha, Biamino aponta que o grande impacto da crise tem sido a necessidade de diminuir despesas – e não, necessariamente, os orçamentos de TI. “Nossos insumos são em dólar, por isso estamos trabalhando com uma forte gestão de custos”, detalha o executivo, que trabalha na contenção de gastos e na revisão de práticas e procedimentos.
Também nessa linha, o executivo do banco consultado pela CIO, diz que têm flexibilizado alguns processos. Como exemplo, ele cita que, em vez de incorporar novos funcionários à área de TI, aposta em contratos com consultores para suprir necessidades temporárias. “Assim, trabalhamos com custos variáveis, em vez de fixos”. Ele também avalia a terceirização como uma boa opção, caso a empresa entenda que requer muita disciplina e governança.
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