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quarta-feira, 3 de março de 2010

Meu endereço é por aí

Acabo de ler uma matéria relatando a decisão da Philips do Brasil em abolir salas ou mesmo estações de trabalho exclusivas de cada um dos seus colaboradores. Se entendi bem a matéria, nem mesmo os diretores terão sequer sua mesa privativa. Parece algo impensável para os padrões de hoje, mas eu me lembro muito bem quando, no início de carreira, fui trabalhar numa empresa japonesa.

A principal inovação dessa empresa era a ausência de salas individuais, mesmo para os funcionários mais graduados. Ao contrário, todos sentavam em mesas encostadas umas às outras, agrupadas por departamentos, inclusive os diretores. Naquele momento, havia descrença e decepção quanto a esse modelo.

O ruído exagerado desses ambientes, ainda carentes de um bom sistema de telefonia e tendo frequentadores como nós, brasileiros, que adoramos falar alto e compartilhar piadas e brincadeiras, quase deixaram os japoneses loucos. Mas o modelo era definitivo e nos adaptamos na marra.

Existia ainda aquela frustração: todo profissional sonhava com a sua sala, de preferência com nome na porta, símbolo máximo de status que os filmes de Hollywood nos impingiam. Pois é, o tempo passou e, pouco a pouco, as pomposas salas individuais foram cedendo espaço para espaços coletivos, com uma consequente queda de paredes e hoje o padrão já é esse.

A decisão da Philips parece, agora, radical, mas lembremo-nos que já não é de hoje que temos notícia de iniciativas de estações de trabalho compartilhadas, combinadas com home-offices. Sabemos de agências de comunicação americanas que há tempos adotam esse sistema: duplas de criação vão até a agência em dias determinados para coletar briefings e vão trabalhar nas suas casas. Em dias alternados, outras duplas cumprem o mesmo ritual.

Há quem já adote o modelo virtual por completo (sem sequer comparecer ao local de trabalho no dia-a-dia), o que, sem querer ser reacionário, me parece deficiente por não permitir o produtivo olho no olho, o comentário nas entrelinhas e compartilhamento de ideias.
Pelo menos em serviços de marketing, que dependem da troca de informações e ideias. Mas a tendência que parece definitiva é o desapego daquele local de trabalho personalista, com porta-retratos da família e objetos decorativos e pessoais sobre amplas mesas. Com a chegada da internet, esse fenômeno se potencializa.

Já em 2003, o Trendwatching, dedicado ao estudo de tendências (se você ainda não acessa nem é cadastrado para receber os excelentes briefings, recomendo que o faça: trendwatching.com), destacava o que chamou de Online Oxygen, ou seja, internet em todo lugar.

Você, como eu, já deve ter reparado os cafés cheios de executivos solitários (ou mesmo em grupos) com seus note/netbooks trabalhando como se fossem seus escritórios. Diariamente, padarias e cafés se transformam em verdadeiros escritórios regionais reunindo supervisores com promotores que trabalham a maior parte (ou totalmente) nas ruas para o estabelecimento de tarefas ou mesmo entrega de materiais de suporte às suas operações.

Com a popularização da banda larga e a democratização do acesso à web, esse fenômeno tende a se ampliar. Outro dia, participei de uma demonstração do sistema de telepresença. De um lado, três pessoas numa sala padrão, aqui no Brasil. Do outro lado, a imagem em telas de muitas polegadas de outro grupo, disposto numa mesa que parece ser um complemento da nossa, do lado de cá.

Som sem delay, imagem impecável, sem efeitos indesejáveis, além da possibilidade de compartilhar arquivos. Realmente impressiona. Tudo é feito para que as reuniões virtuais se tornem cada vez mais “reais”. Hoje, o sistema ainda é bem caro e só se justifica para empresas com presença pulverizada em muitos países, mas não demorará para tudo isso se tornar mais acessível e conquistar mais adeptos ao mundo virtual.

Já não estranhamos mais em receber cartões onde as únicas informações são um telefone celular e um e-mail. Também não estranharemos em responder que nosso endereço é às vezes em tal lugar, às vezes em outro, ou simplesmente por aí.

Alexis Thuller Pagliarini, no Propaganda e Marketing.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Extraindo valor nas redes sociais

Brasileiros investem 34% do tempo em blogs ou redes sociais. Veja opiniões sobre as oportunidades nestes ambientes.

Assunto do momento, as redes sociais estão atraindo cada vez mais a atenção, diante da audiência crescente de comunidades e fenômenos de conectividade como o Twitter (rede social que mais cresce nos Estados Unidos e que no último ano saltou de 600 mil para 6 milhões de usuários).

No País, o TGI/Ibope já apontou que hoje os brasileiros investem 34% do tempo em blogs ou redes sociais. Entre outros aspectos, a discussão envolve como as marcas podem se relacionar com o público de comunidades, blogs de uma forma não intrusiva e trazer resultados positivos a partir da criação de estratégias baseadas nas novas mídias.

O tema foi um dos mais abordados no Web Expo Fórum 2009, realizado em São Paulo Paulo Cesar Queiroz, vice-presidente executivo da DM9DDB, destacou que as marcas podem extrair valor das redes sociais, mas não através de um formato tradicional de publicidade.

Para o executivo, existem três formas:
• uma delas é monitorar o que se fala sobre as marcas nesses ambientes (que tem um efeito multiplicador);
• a segunda é estabelecer um relacionamento interativo, mas ele observa que a empresa tem de estar preparada para dar uma resposta que reverta uma situação negativa, por exemplo, sempre com clareza e transparência num tom institucional;
• por último, funcionar como prestador de serviço, criando ferramentas tecnológicas com informações sobre previsão de tempo, por exemplo, entre outros gadgets.

Sobre a publicidade em redes sociais, Queiroz afirma que é contra. “Eu sou contra, porque esses ambientes não são espaços comerciais e a publicidade pode ser tornar invasiva. Acho que as marcas podem prestar serviço, assinar algumas comunidades. Existem outras formas de monetizar as redes, é possível até tratar uma rede social como um evento, convidando as pessoas a se divertirem e ter uma experiência efetiva com a marca”, afirmou Queiroz.

Marco Gomes, sócio da Boo-box, empresa que faz gestão de publicidade em mídia online, discorda da visão do publicitário. Para Gomes, dependendo do formato adotado, o anúncio não é invasivo. “Desenvolvemos formatos em que a publicidade aparece no meio do texto e o usuário só clica se quiser”, explicou ele. A boo-box lançou na última semana um sistema de publicidade para mídias sociais, com o objetivo de auxiliar as marcas a utilizarem espaço publicitário na web.

Como medir

Marcelo Coutinho, diretor de análise de mercado do Ibope, falou durante o Web Expo Fórum sobre como medir as ações nas redes sociais e das metodologias desenvolvidas pelo Ibope. Para ele, no ambiente da web 2.0 o essencial para uma marca é sua relevância, prestígio e capacidade de liderar e influir na opinião dos outros. “Estamos desenvolvendo no Ibope métricas e metodologias de pesquisa, entre elas uma metodologia de análise de conteúdo e identificação de formadores de opinião em redes sociais”, contou Coutinho.

O executivo destacou que o uso da internet no processo de compra de imóveis, como fonte de informação, superou até os classificados dos jornais. A pesquisa “Tendências Imobiliárias” realizada pelo Ibope em São Paulo com mais de 2 mil pessoas das classes A, B e C, interessadas em comprar imóveis, mostrou que 49% delas citaram a internet como fonte de informação na busca por imóveis, 44% os classificados de jornais e 27% as imobiliárias e corretores.


Por Kelly Dores
Fonte: PropMark (www.propmark.com.br)
01/04/2009