terça-feira, 20 de abril de 2010

Foto chinesa choca consumidores da Microsoft

Felipe Zmoginski, de INFO Online
Terça-feira, 20 de abril de 2010 - 12h36

SÃO PAULO - Uma organização americana de defesa dos trabalhadores divulgou uma foto da fábrica chinesa KYE que exibe más condições de trabalho.


De acordo com o National Labour Committee, a foto foi tirada na fábrica da KYE Systems, na cidade de Dongguan, na China. No local, trabalhadoras chinesas com idades entre 18 e 25 anos ficam exaustas e, por um momento, deixam de embalar mouses com a marca da Microsoft.

Ainda de acordo com o relato do comitê, as jovens cumprem jornadas diárias de até 15 horas, entrando no trabalho às 7h45 min e por lá permanecendo até as 10h55 min. Trabalhadoras que vivem longe da planta industrial têm a opção de dormir por lá mesmo, em dormitórios pequenos onde se apinham até 14 jovens chinesas.


Entre as denúncias do National Labour Committee está o fato dos trabalhadores serem proibidos de conversar entre si e ir ao banheiro durante do trabalho. O intervalo para refeições é breve e as jovens devem comer próximas de suas bancadas de trabalho, a fim de não perder muito tempo. A qualidade da comida também é questionada pelo comitê que afirma, ainda, que as trabalhadoras devem limpar seus dormitórios e banheiros após usá-los.


Além da Microsoft, grandes empresas como Samsung, Foxconn, Acer, Asus e Logitech usariam as instalações da KYE para fabricar seus produtos.


Nos Estados Unidos, a Microsoft afirmou que está atenta às denúncias e vai investigar se seu fornecedor desrespeita os direitos dos trabalhadores. A companhia disse que não manterá contratos com empresas que não tratem de forma adequada seus trabalhadores.


Há dois meses foi a vez da Apple envolver-se em acusações de exploração dos trabalhadores. Uma fábrica que produz iPhones e Mac Books foi acusada de explorar o trabalho infantil por manter jovens de 15 anos trabalhando longas jornadas.


Segundo o National Labour Committee, as más condições de trabalho se repetem em muitas fábricas na China e quem as contrata por preços baixos no fundo sabe que seus produtos serão feitos baseados na exploração de trabalhadores.

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