quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Plano diretor de TI: as quatro grandes barreiras para os CIOs

O planejamento representa uma poderosa ferramenta para que o líder de TI tenha um controle mais efetivo do seu sucesso profissional e não dependa apenas do acaso


Pedro Bicudo, da TGT Consult
Publicada em 08 de dezembro de 2009 às 08h45


O Plano Diretor de Tecnologia da Informação (PDTI) deveria ser a primeira preocupação de qualquer CIO, mas faça uma rápida enquete com seus amigos e vai descobrir que pouquíssimos atualizam o PDTI todos os anos. Também vai constatar que não é o único a sentir que TI não está alinhada aos negócios; que o business não entende TI; que o usuário não sabe o que quer; e que não dá para fazer tudo o que pedem porque você não tem orçamento e gente para tudo isso. Claro! Você não tem um PDTI.

Para tudo que queremos fazer bem feito precisamos de planejamento. Planejamos os casamentos, as festas de aniversário, programamos as viagens e a compra de um carro. Mas não planejamos a TI na empresa. Por que será?


Primeiro porque falta experiência. Não me refiro à sua experiência como CIO e, sim, refiro à prática de mercado ou à tradição de fazer planejamento. Como pouca gente faz o PDTI, a tendência é que você acompanhe a maioria e não o faça também. Isso é um benchmarking mal utilizado: em vez de seguir as melhores práticas, segue-se a mais comum.

Segundo porque falta técnica e método. Como fazer um PDTI? Quem faz isso? Por onde começo? A falta de referências é um complicador importante. Se ajudar, a TGT publicou recentemente dois White papers sobre esse assunto (o download dos arquivos em pdf pode ser feito a partir dos links: http://www.tgtconsult.com.br/admin/imagesservicos/anexo_v9acd.pdf e http://www.tgtconsult.com.br/admin/imagesservicos/anexo_p2bxm.pdf)


O terceiro impeditivo é o mito de que planejamento não funciona. Tenha expectativas corretas e você descobrirá que funciona muito bem. O PDTI cria o direcionamento para uso da tecnologia e da informação. Seguramente haverá desvios, por isso é necessária a gestão de riscos: o que fazer quando as coisas saírem do planejado. Não é “se” saírem, é “quando” saírem – sempre saem e isso é muito positivo.


Quarto motivo: a cultura do “eu tenho um plano, eu sei o que vamos fazer, só não está documentado”. Uma dica: saia da sua sala agora e pergunte para cinco pessoas: qual é nossa prioridade em 2010? Você vai ficar surpreso. Agora, reflita: sem a documentação e comunicação repetidas vezes, como eles podem saber o que é mais importante? E sem saber, como vão manter foco e ajudar você a alcançar os seus objetivos?


O planejamento é uma poderosa ferramenta para nortear os destinos da TI, para comunicar-se com o business e para focar os seus colaboradores. Você pode viver sem o PDTI, mas com ele as coisas ficariam mais fáceis, e seu sucesso profissional estaria mais sob seu controle do que simplesmente contar com o acaso.


Não existe planejamento perfeito e nem precisa ser. O importante é que o PDTI defina claramente uma direção e distribua no tempo o que será feito e em qual ordem. Exemplos práticos atuais: quando você vai fazer upgrade para Windows 7, quando vai utilizar redes sociais na empresa, quando vai instalar comunicações unificadas, quando vai levar o data center para cloud, e se o seu presidente perguntar sobre esses temas, qual será sua resposta? Você vai pensar na resposta só quando ele perguntar? E se ele perguntar para outra pessoa e a resposta for diferente da sua? Cabe ao CIO o papel de influenciar a demanda, e não apenas responder a ela tardiamente. Essa influência começa na comunicação do PDTI. Confie nos “best practices”: planeje melhor e seus problemas serão menores.


Pedro Bicudo é sócio diretor da TGT Consult, www.twitter/tgtconsult

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