Especialista em gestão considera que os executivos com conhecimentos generalistas estão com os dias contados no mercado
04 de Agosto de 2011 | 09:15h
Nas últimas décadas, a tecnologia provocou uma verdadeira revolução nas empresas de todo o mundo e, principalmente, afetou a maneira como as pessoas trabalham. E, de acordo com a professora de gestão da London Business School – uma das principais escolas de negócio do mundo –, Lynda Gratton, um dos próximos passos dessa evolução será o desaparecimento dos cargos de média gerência ou de gerência operacional.
Em seu blog, Lynda fala que isso vai acontecer porque a própria tecnologia tem substituído o trabalho dos gestores, ao monitorar a performance, fornecer informações, relatórios e até apresentações. “O que deixa as pessoas que atuam como gerentes mais generalistas em uma situação vulnerável”, avisa a especialista. Ela lembra que, em um passado não muito distante, as empresas valorizaram esse perfil de profissional, mas boa parte deles não se preocupou em buscar um conhecimento mais profundo e, portanto, tende a ficar fora do mercado.
“Graças à internet e às ferramentas de busca, todo mundo sabe ou pode saber algo sobre tudo. Existe pouca vantagem competitiva em ser um 'sabe tudo' quando seu principal concorrente é o Wikipedia”, ressalta a professora.
Também por conta da tecnologia, ela considera que as atitudes dos profissionais diante dos gestores mudaram. Os jovens na faixa dos 20 anos, por exemplo, não costumam valorizar chefes que simplesmente agem de forma operacional – ou seja, dão ordens e analisam o cumprimento delas –, mas respeitam aqueles gestores que estão preocupados com o desenvolvimento profissional de cada pessoa da equipe. O que vai muito além do trabalho de um gerente médio.
Lynda afirma que quem hoje ocupa ou está prestes a ocupar uma posição de gerência precisa se preparar para investir em novas competências, que sirvam como verdadeiros diferenciais. Sem isso, a especialista acredita que os gestores tendem a ser cada vez menos importantes para as organizações.
O caminho passa também por apostar no desenvolvimento de conhecimentos específicos. A professora detalha que algumas pesquisas recentes indicam que, no futuro, as competências mais valorizadas para os gestores serão aquelas relacionadas a empreendedorismo, relacionamento interpessoal, criatividade, gestão de pessoas e sustentabilidade.