quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Geração Y Está Dando Uma Banana Para Você

Há um par de meses, publiquei aqui um artigo muito interessante do Julio Vasconcellos, fundador do site de compras coletivas Peixe Urbano, sobre a importância da cultura como aliada na concretização de um sonho (A cultura da empresa é tudo; sem ela, não temos motivação, não temos coesão, não temos nada). Desta vez, tomo a liberdade de compartilhar o artigo do Alexandre Hohagen, responsável pelas operações do Facebook na América Latina, onde ele fala sobre os talentos da geração 80 e o que eles querem.
Destaco a excelente reflexão contida no texto abaixo, publicado ontem na Folha de São Paulo, pois se encaixa perfeitamente com o conteúdo que estarei apresentando no próximo dia 21 de Julho, no forum Gestão de Talentos em Ação, onde traremos à tona a gestão da cultura organizacional como uma aliada estratégica na retenção dos talentos necessários ao bom andamento do seu negócio.
Leia e compartilhe conosco o seu ponto de vista:

“CULTURA E A GUERRA POR TALENTOS
Se você é executivo, chefe, empreendedor, profissional antenado, atenção para duas realidades: estamos vivendo uma escassez de profissionais qualificados; e a geração Y, que nasceu na década de 80 e foi criada no mundo digital, está dando uma banana para as empresas que pensam que, para atrair e reter talentos, basta aumentar salários.
Essa geração, na verdade, quer muito mais do que isso, como mostrou pesquisa recente da Cia. de Talentos. Nela, 35 mil jovens em todo o país contaram o que querem na hora de escolher as empresas para trabalhar. Cultura e ambiente de trabalho, oportunidade de desenvolvimento e qualidade de vida vêm acima da remuneração! Uma das ações mais fascinantes e ao mesmo tempo desafiadoras no mundo corporativo é como construímos e mantemos uma cultura de trabalho saudável e inspiradora.
Muitos dizem que a cultura é o reflexo do estilo de seu líder. Tenho pensado bastante em qual papel exercemos nesse tema.
Minha vida profissional foi acompanhada de experiências com a construção e a manutenção de culturas corporativas. É incrível como o ambiente de trabalho, o espírito de empreendedorismo, a capacidade de colaboração, o respeito e o desapego ao poder têm relação direta com a performance das pessoas e das empresas.
No Google, comecei com menos de meia dúzia de pessoas e dedicação na construção de uma cultura que contribuiu para que a empresa tivesse o sucesso e o reconhecimento que tem hoje. Um trabalho que foi construído passo a passo – não só pelo líder, mas por centenas de mãos que se juntaram a uma filosofia simples, direta, com tremendo foco nas pessoas e suas motivações, num ambiente equilibrado entre performance e diversão… tudo isso ao longo de mais de cinco anos.
Há algumas semanas, fui convidado para um curso de empreendedorismo cujo tema era liderança e cultura. Dúvida mais comum dos participantes: como construir uma cultura vencedora e como mantê-la à medida que a empresa cresce.
A manutenção da cultura é fator essencial na retenção de talentos, principalmente à medida que as empresas crescem, se tornam mais burocráticas, deixam de lado o equilíbrio entre metas e ambiente de trabalho, entre outras mudanças.
Interessante é que, num mundo cada vez mais competitivo, a guerra por talentos leva grandes empresas a focar suas armas mais nas questões financeiras do que no esforço de construir uma cultura inspiradora, balanceada, colaborativa.
Quiseram também saber o significado de culturas vencedoras e qual será o foco agora que estou montando a operação do Facebook na América Latina. A construção de uma organização tem de estar, acima de tudo, alinhada a seus valores éticos e morais. É básico e assegura à empresa sua sobrevivência, sua reputação e excelentes resultados.
Outro foco fundamental é na formação da equipe inicial. Uma das coisas importantes que aprendi na carreira é a importância de contratar as pessoas corretas no início.
Aqui os candidatos passam por ao menos cinco entrevistas, sempre com pessoas de diferentes times, para garantir a diversidade nas perguntas. Em alguns casos, fazem apresentações para um painel de executivos. Ao final, cada entrevistador sugere a contratação ou não. As decisões são colegiadas.
Mais importante do que o currículo ou as entrevistas é o alinhamento dos candidatos com a cultura que queremos construir. Muitas vezes, candidatos brilhantes academicamente não têm o perfil para trabalhar num ambiente informal e pouco hierarquizado, por exemplo.
No Brasil, vamos inovar trazendo uma equipe de jovens de diferentes locais, que já trabalham na empresa há alguns anos, para ajudar na integração e na cultura dos novos funcionários.
Como líderes num país tão dinâmico e promissor, entendo a responsabilidade que temos na formação de muitos profissionais. Trabalhar com respeito, desenvolver pessoas, construir culturas saudáveis está acima do nosso papel profissional.
É uma obrigação ética com as novas gerações.”



Entre outros pontos brilhantes deste artigo, destaco o seguinte trecho: “Mais importante do que o currículo ou as entrevistas é o alinhamento dos candidatos com a cultura que queremos construir”, pois coincidentemente já apontava no post “3 Maneiras de Avaliar o Quanto um Candidato se Encaixa na Cultura Organizacional” a necessidade de ter um processo especifico que garanta o sucesso das novas contratações.
 Para estas e outras questões referentes a como transformar a cultura organizacional em sua aliada estratégica número 1, conte comigo.
Pablo

Fonte: http://alliancecoaching.wordpress.com/2011/06/17/cultura-e-a-guerra-por-talentos/